quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Contribuições dos Filósofos Para a Psicologia




René Descartes (1596-1650)
Além de ter simbolizado a passagem da Renascença para a era cientifica, muitos acreditam que após ter aplicado a ideia mecanicista ao corpo humano Descartes inaugurou a psicologia moderna. Suas principais contribuições para a psicologia são a concepção mecanicista do corpo, a noção de ação reflexa, a teoria da interação mente-corpo, a localização das funções mentais no cérebro e a doutrina de ideias inatas. Se a natureza podia ser estudada de forma matemática, se o próprio universo era estudado como uma maquina, porque o corpo humano não poderia ser estudado de forma exata? Descartes aplicou o método cientifico nos estudos da natureza humana. Dedicou boa parte da sua vida ao estudo da interação entre mente-corpo, discordando da maioria dos filósofos da época que acreditavam que a mente atuava como um titereio e que o corpo atuava como uma marionete, Descartes exaltou a influência do corpo sobre a mente, ele também formulou a ideia precursora da teoria do estimulo-resposta, a teoria da ação reflexa, em que os objetos externos tem influencia no nosso comportamento, ou seja, o comportamento humano é previsível. O filosofo acreditava que o ponto de interação entre mente e corpo estava na glândula pineal, no cérebro. Com sua doutrina das ideias inatas ele sugeriu que a mente da origem a dois tipos de ideias: Derivadas, que são as produzidas pela aplicação direta de um estimulo externo e ideias inatas, as que não são produzidas por objetos do meio exterior, se desenvolvem apenas a partir da cognição.

 

John Locke (1632-1704)
O filosofo se interessou principalmente pelo o estudo do funcionamento da cognição, especificamente pelo modo que adquirimos conhecimento, sendo empirista, Locke acreditava que o conhecimento se dava através da experiência. O filosofo reconhecia dois tipos de experiência, uma decorrente da sensação e outra da reflexão, o que hoje conhecemos como sensação e percepção, ele também dizia que a reflexão era decorrente de sensações anteriormente vivenciadas. Para ele as ideias se distinguiam entre simples e complexas, ambas advindas da sensação e da percepção, porem as complexas podem ser divididas em várias outras ideias simples, essa teoria é conhecida como a da associação, um nome mais antigo para o que mais tarde a psicologia chamaria de aprendizagem. Essa ideia de que a redução da vida mental a elementos ou ideias simples e a associação desses elementos para compor ideias complexas formam o núcleo da psicologia cientifica. Também é relevante para a psicologia, principalmente para a da Gestalt, a noção de qualidades primarias e secundarias aplicadas a ideias sensoriais simples, em que as primarias são qualidades inerente ao objeto, quer percebemos ou não (tamanho e dimensão), enquanto as primarias dependem do nossos sentidos para serem percebidas (cor, odor, gosto).

 

George Berkeley (1685-1753)
Para Berkeley tudo o que vemos e sentidos são na verdade a soma das nossas sensações, ou seja, ele é precursor da ideia de que o que podemos perceber é na verdade apenas tudo o que podemos sentir, mas não tudo o que de fato existe. Ele também empregou a teoria da associação (em que ideias simples se associam para formar complexas) para explicar a percepção tridimensional, para ele as experiências sensoriais de nos aproximarmos ou afastarmos dos objetos e as sensações advindas dos músculos oculares se associam para produzir a percepção da profundidade. Pela primeira vez um processo puramente psicológico foi explicado em termos da associação de sensações, dessa forma, ele deu continuidade a tendência associacionista no empirismo.

 

David Hume (1711-1776)
Apoiou a noção lockeana de combinação de ideias simples em ideias complexas, e desenvolveu e tornou mais explicita a teoria da associação. Estabeleceu uma distinção entre duas espécies de conteúdo mental: impressões e ideias, o que hoje é conhecido respectivamente como percepção imagem (experiências mentais na ausência de objetos estimulantes). As impressões são fortes e vívidas (sensação/ percepção) enquanto as ideias (imagem) são copias fracas das impressões.

 

David Hartley (1705-1757)
Formulou a lei fundamental da associação, tentando explicar os processos da memoria, do raciocínio, da emoção, bem como da ação voluntaria e involuntária. Nela as ideias ou sensações que ocorrem juntas se associam de tal maneira que a ocorrência de uma resulta na ocorrência da outra. Hartley tentou também explicar as operações do sistema nervoso, para ele os impulsos eram transmitidos pelos nervos de uma parte para outra do corpo, sendo esse processo influente na mente, por ser mais uma tentativa de usar o conhecimento empírico para compreender a natureza humana, foi muito importante para o desenvolvimento da psicologia como ciência.

 

James Mill (1773-1836)
Mill aplicou a doutrina mecanicista a mente humana com bastante precisão e abrangência, para ele a mente era uma entidade passiva que sofre ações de estímulos externos, dessa forma as pessoas eram incapazes de agirem com espontaneidade. Essa ideia da não existência do livre arbítrio foi bastante usada pelos behavioristas. Para o filosofo a mente deveria ser estudada através da analise, pela redução a seus componentes elementares.

 

John Stuart Mill (1806-1873)
Discordando do seu pai James Mill, John acreditava que a mente tinha um papel ativo na associação de ideias, para ele as ideias complexas não eram apenas somas das ideias simples, mais do que isso, pois assumiam novas qualidades que não estavam presente nos seus componentes simples, a combinação de elementos mentais sempre gera alguma coisa nova. Outra contribuição do filosofo que foi de suma importância para a psicologia foi seu persuasivo argumento de que ela poderia ser sim uma ciência em um zeitgeist positivista.

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