quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Influências Fisiologicas Sobre a Psicologia

Assim como a filosofia, a fisiologia também teve fundamental importância para a formação da psicologia como ciência. Em 1795, o astrônomo Friedrich Wilhelm, interessado por esses de medidas em ciências exatas, suspeitou que os erros cometidos fossem causado por diferenças individuais e postulou a respeito disso, o papel do observador humano passou a ser considerado em outras ciências. Os primeiros avanços da fisiologia se deram pelo estudo das sensações e percepções (estudando os órgãos dos sentidos e mecanismos fisiológicos), algumas funções das partes do sistema nervoso, o comportamento e os atos-reflexos foram explicados através de métodos experimentais, um método bastante usado era o da extirpação (determinar a função de uma estrutura após remove-la e observar o comportamento). Já no século XIX duas abordagens foram bastante usadas: a clinica, que estudava o corpo de pacientes doentes após a morte e a da estimulação elétrica, que consistia em explorar o córtex cerebral com correntes elétricas, logo a natureza elétrica do impulso nervoso já era tido como um fato. A descoberta dos neurônios e dos mecanismos de sinapses reforçou ainda mais uma imagem mecanicista do corpo humano, e nesse zeitgeist a sociedade física de Berlim acreditou que todos os fenômenos poderiam ser estudados em temos físicos, dando impulso ao surgimento da psicologia experimental na Alemanha. Fatores como a valorização dos professores, grande numero de boas universidades, interesse em ciências biológicas e em novas áreas favoreceram o surgimento da psicologia nesse país, inclusive os quatro grandes colaboradores para a emancipação da psicologia no campo da fisiologia são alemães. Hermann von Helmholtz (1821-1894) forneceu a primeira medida empírica da velocidade de condução de um impulso nervoso, investigou os mecanismos da percepção da audição e os músculos oculares. Ernest Weber (1795-1878) postulou a respeito do limiar de dois pontos (distancia entre dois pontos necessária para que um individuo possa sentir sensações distintas) e diferença apenas perceptível (menor diferença de dois pesos detectada), que se tornou a primeira lei quantitativa da psicologia. Gustav Theodor Fichner (1801-1887) postulou sobre os limiares absoluto e diferencial, foi o primeiro a desenvolver uma equação que pudesse medir estímulos e sensações, após criar essa técnica de medida precisa possibilitou que a psicologia se tornasse uma ciência. Aproveitado esse terreno fértil Wilhelm Wundt, fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental e a primeira revista a respeito da nova ciência, surge assim a psicologia.    

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Contribuições dos Filósofos Para a Psicologia




René Descartes (1596-1650)
Além de ter simbolizado a passagem da Renascença para a era cientifica, muitos acreditam que após ter aplicado a ideia mecanicista ao corpo humano Descartes inaugurou a psicologia moderna. Suas principais contribuições para a psicologia são a concepção mecanicista do corpo, a noção de ação reflexa, a teoria da interação mente-corpo, a localização das funções mentais no cérebro e a doutrina de ideias inatas. Se a natureza podia ser estudada de forma matemática, se o próprio universo era estudado como uma maquina, porque o corpo humano não poderia ser estudado de forma exata? Descartes aplicou o método cientifico nos estudos da natureza humana. Dedicou boa parte da sua vida ao estudo da interação entre mente-corpo, discordando da maioria dos filósofos da época que acreditavam que a mente atuava como um titereio e que o corpo atuava como uma marionete, Descartes exaltou a influência do corpo sobre a mente, ele também formulou a ideia precursora da teoria do estimulo-resposta, a teoria da ação reflexa, em que os objetos externos tem influencia no nosso comportamento, ou seja, o comportamento humano é previsível. O filosofo acreditava que o ponto de interação entre mente e corpo estava na glândula pineal, no cérebro. Com sua doutrina das ideias inatas ele sugeriu que a mente da origem a dois tipos de ideias: Derivadas, que são as produzidas pela aplicação direta de um estimulo externo e ideias inatas, as que não são produzidas por objetos do meio exterior, se desenvolvem apenas a partir da cognição.

 

John Locke (1632-1704)
O filosofo se interessou principalmente pelo o estudo do funcionamento da cognição, especificamente pelo modo que adquirimos conhecimento, sendo empirista, Locke acreditava que o conhecimento se dava através da experiência. O filosofo reconhecia dois tipos de experiência, uma decorrente da sensação e outra da reflexão, o que hoje conhecemos como sensação e percepção, ele também dizia que a reflexão era decorrente de sensações anteriormente vivenciadas. Para ele as ideias se distinguiam entre simples e complexas, ambas advindas da sensação e da percepção, porem as complexas podem ser divididas em várias outras ideias simples, essa teoria é conhecida como a da associação, um nome mais antigo para o que mais tarde a psicologia chamaria de aprendizagem. Essa ideia de que a redução da vida mental a elementos ou ideias simples e a associação desses elementos para compor ideias complexas formam o núcleo da psicologia cientifica. Também é relevante para a psicologia, principalmente para a da Gestalt, a noção de qualidades primarias e secundarias aplicadas a ideias sensoriais simples, em que as primarias são qualidades inerente ao objeto, quer percebemos ou não (tamanho e dimensão), enquanto as primarias dependem do nossos sentidos para serem percebidas (cor, odor, gosto).

 

George Berkeley (1685-1753)
Para Berkeley tudo o que vemos e sentidos são na verdade a soma das nossas sensações, ou seja, ele é precursor da ideia de que o que podemos perceber é na verdade apenas tudo o que podemos sentir, mas não tudo o que de fato existe. Ele também empregou a teoria da associação (em que ideias simples se associam para formar complexas) para explicar a percepção tridimensional, para ele as experiências sensoriais de nos aproximarmos ou afastarmos dos objetos e as sensações advindas dos músculos oculares se associam para produzir a percepção da profundidade. Pela primeira vez um processo puramente psicológico foi explicado em termos da associação de sensações, dessa forma, ele deu continuidade a tendência associacionista no empirismo.

 

David Hume (1711-1776)
Apoiou a noção lockeana de combinação de ideias simples em ideias complexas, e desenvolveu e tornou mais explicita a teoria da associação. Estabeleceu uma distinção entre duas espécies de conteúdo mental: impressões e ideias, o que hoje é conhecido respectivamente como percepção imagem (experiências mentais na ausência de objetos estimulantes). As impressões são fortes e vívidas (sensação/ percepção) enquanto as ideias (imagem) são copias fracas das impressões.

 

David Hartley (1705-1757)
Formulou a lei fundamental da associação, tentando explicar os processos da memoria, do raciocínio, da emoção, bem como da ação voluntaria e involuntária. Nela as ideias ou sensações que ocorrem juntas se associam de tal maneira que a ocorrência de uma resulta na ocorrência da outra. Hartley tentou também explicar as operações do sistema nervoso, para ele os impulsos eram transmitidos pelos nervos de uma parte para outra do corpo, sendo esse processo influente na mente, por ser mais uma tentativa de usar o conhecimento empírico para compreender a natureza humana, foi muito importante para o desenvolvimento da psicologia como ciência.

 

James Mill (1773-1836)
Mill aplicou a doutrina mecanicista a mente humana com bastante precisão e abrangência, para ele a mente era uma entidade passiva que sofre ações de estímulos externos, dessa forma as pessoas eram incapazes de agirem com espontaneidade. Essa ideia da não existência do livre arbítrio foi bastante usada pelos behavioristas. Para o filosofo a mente deveria ser estudada através da analise, pela redução a seus componentes elementares.

 

John Stuart Mill (1806-1873)
Discordando do seu pai James Mill, John acreditava que a mente tinha um papel ativo na associação de ideias, para ele as ideias complexas não eram apenas somas das ideias simples, mais do que isso, pois assumiam novas qualidades que não estavam presente nos seus componentes simples, a combinação de elementos mentais sempre gera alguma coisa nova. Outra contribuição do filosofo que foi de suma importância para a psicologia foi seu persuasivo argumento de que ela poderia ser sim uma ciência em um zeitgeist positivista.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

História da Psicologia - A Importância do Estudo Histórico, Forças Contextuais e Concepções



Estudar a historia nos permite conhecer melhor o passado, nos permite comparar diferentes épocas, podemos ver da evolução da psicologia até os dias atuais, ou seja, o estudo histórico nos faz compreender o passado para entender o presente. O estudo histórico é construído através de documentos históricos, relatos, descrições, escritos etc. Esses documentos são organizados de forma cronológica. Dados perdidos, omitidos, informações obtidas mediante relatos tendenciosos são alguns dos fatores que atrapalham o estudo do historiador. 

A história da psicologia se inicia no século V a.c. Alguns filósofos como Platão e Aristóteles já se questionavam a respeito da mente e sobre sua influência sobre o corpo, porém só em 1879 ela se emancipa da filosofia e se torna uma Ciência, com o primeiro laboratório inaugurado em leipzig, Alemanha. Isso graça a Wilhelm Wundt e ao contexto histórico (zeitgeist) favorável. Devido ao seu surgimento recente, e fatores econômicos favoráveis, a Alemanha recebeu a nova ciência de braços abertos, despertando interesse em muitos americanos, a psicologia chega nos Estados Unidos, onde teve sua maior expansão em termos de números de laboratórios e de profissionais graduados. 

 É interessante saber que algumas forças contextuais ajudaram no desenvolvimento da psicologia americana, alguns desses fatores são o econômico, guerras e descriminação. Os profissionais se sentiam pouco valorizados, por ser uma ciência nova, eles recebiam menos que os de outras áreas na academia, então para melhorarem esse quandro resolveram desenvolver uma psicologia não apenas experimental, mas também pratica. Com o aumento de imigrantes, o governo dos EUA resolveu investir em escolas publicas, nesse contexto, a psicologia escolar surge. Ja com o inicio da primeira guerra mundial, a psicologia organizacional, engenharia psicologica (ergometria)  e o uso de testagem de aptdao sao usados para selecionar os recrutas. Com a segunda guerra, grande parte dos pesquisadores alemãs fogem do governo nazista para o novo mundo, com o fim da guerra, a psicologia clinica  é usada para tratar os veteranos traumatizados no pos-guerra. A descriminação fez com que muitas mulheres, negros e judeus tivessem seus trabalhos e carreiras limitadas, porem alguns deles conseguiram a resiliência e mudaram esse quadro. Esses foram alguns fatores que contribuíram para o desenvolvimento da psicologia nos estados unidos no seculo passado. 

Existem dois tipos de concepções históricas, a Naturalista e a Personalista, esta ultima exalta o poder dos grandes nomes, exalta o individuo singular no curso da historia. Conhecemos por exemplo a psicologia antes e depois de Watson, ou a filosofia antes e depois de Sócrates. Diz que eventos particulares não teriam acontecido sem a acao de certos individuos. Ja a Naturalita vai exaltar a forca do zeitgeist, se Einstein nao tivesse nascido, outra pessoa teria criado a teoria da relatividade. Essas duas concepções podem complementar-se uma com a outra.   



   

    

domingo, 10 de agosto de 2014

Anatomia do Ouvido Humano


A energia sonora é captada pelo pavilhão auditivo, conduzido pelo canal auditivo até o tímpano, que através de sua vibração, converte a energia sonora em energia mecânica. Essa vibração é passada e ampliada pelos ossículos ( martelo, bigorna e estribo) até chegar na cóclea, a vibração ativa as células capilares (ou células ciliadas) que irão converter a energia mecânica em impulsos nervosos, passando pelo nervo auditivo até a área do córtex (temporal).

Ouvido Externo 

Pavilhão Auditivo: Capta a energia sonora.

Canal Auditivo: Conduz a energia sonora até o tímpano

Ouvido Médio

  

Tímpano: Converte energia sonora em mecânica

Martelo, Bigorna e Estribo: Ampliação da energia mecânica e condução até a cóclea. 

Trompa de Eustáquio: Nivela a pressão

Ouvido Interno

Cóclea: Possui células ciliadas, responsáveis pela transdução sensorial  

Canais semi-circulares: por onde corre a endolinfa, que é responsável pela  noção de movimentos do corpo.    

          

sábado, 9 de agosto de 2014

Anatomia do Esqueleto Humano

Regiões do Esqueleto:

a) Axial 

A região axial do esqueleto compreende os ossos do crânio (ex: frontal, temporal, maxilar, mandíbula, esfenoide, parietal, occipital entre outros), vértebras (7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 ou 4 cocigeanas), costelas e esterno. 

        

* Frontal
- Classificação: Pnelmatico 

  
*Parietal
- Classificação: Plano  

*Occipital 
-Classificação: Irregular Occipital bone close-up lateral animation.gif
-> Forame Magno

*Temporal
-Classificação: Irregular Left temporal bone close-up lateral animation.gif
-> Meato Acústico 

*Maxilar
-Classificação: Pnelmatico     

*Mandíbula
-Classificação: Pnelmatico 

* Esfenoide 
-Classificação: Pnelmatico 
-> Sela Turca (protege e abriga a Hipófise)

* Vértebras
-Classificação: Irregulares  7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 ou 4 4 cocigeanas.
  A Anestesia raquidiana é dada entre as vértebras L1 e L2 (primeira e segunda lombares) 

*Costelas
-Classificação: Alongadas  

* Esterno
-Classificação: Alongado  


B) Apendicular

A região apendicular do esqueleto compreende os ossos dos membros e os das cinturas. 


*Escapula
-Classificação: Plano  

*Clavícula
-Classificação: Longo 

*Ilíaco
-Classificação: Irregular      

* Úmero
-Classificação: Longo 

*Ulna
- Classificação: Longo   

*Radio 
-Classificação: Longo 

*Carpo  
-Classificação: Curtos 

*Metacarpo 
- Classificação: Longos 

* Falanges
- Classificação: Longos    

  *Fêmur
-Classificação: Longo 

*Patela
- Classificação: Sesamoide 

*Tibia 
- Classificação: Longo

*Fibula   
- Classificação: Longo  

*Calcâneo
-Classificação: Curto Gray266.png  

*Tarso
-Classificação: Curtos 

*Metatarso
-Classificação: Longos 

Fossas Cranianas 

 
- Na fossa anterior, em vermelho, podemos ver Lamina Cribiforme, que protege e abriga o bulbo olfatório
- Na fossa media, no meio do osso esfenoide (rosa escuro) temos a Sela Turca, que protege e abriga a hipófise
-Na fossa posterior, podemos perceber o Forame Magno, permite a conexão do encéfalo com a medula raquidiana
Calvaria
Base de Cranio 

Epífises e Diáfise

 
A principal característica dos ossos longos é que eles possuem epífises e diáfise, nas epífises o tecido ósseo é esponjoso, e dentro deles existem o tecido hematocitopoetico ou medula óssea vermelha ( tecido produtor de células sanguíneas) já na diáfise, o tecido ósseo é compacto, e dentro existe a medula óssea amarela, reserva de gordura.