Assim como a filosofia,
a fisiologia também teve fundamental importância para a formação da psicologia
como ciência. Em 1795, o astrônomo Friedrich Wilhelm, interessado por esses de
medidas em ciências exatas, suspeitou que os erros cometidos fossem causado por
diferenças individuais e postulou a respeito disso, o papel do observador
humano passou a ser considerado em outras ciências. Os primeiros avanços da
fisiologia se deram pelo estudo das sensações e percepções (estudando os órgãos
dos sentidos e mecanismos fisiológicos), algumas funções das partes do sistema
nervoso, o comportamento e os atos-reflexos foram explicados através de métodos
experimentais, um método bastante usado era o da extirpação (determinar a função
de uma estrutura após remove-la e observar o comportamento). Já no século XIX
duas abordagens foram bastante usadas: a clinica, que estudava o corpo de
pacientes doentes após a morte e a da estimulação elétrica, que consistia em
explorar o córtex cerebral com correntes elétricas, logo a natureza elétrica do
impulso nervoso já era tido como um fato. A descoberta dos neurônios e dos
mecanismos de sinapses reforçou ainda mais uma imagem mecanicista do corpo
humano, e nesse zeitgeist a sociedade física de Berlim acreditou que todos os fenômenos
poderiam ser estudados em temos físicos, dando impulso ao surgimento da psicologia
experimental na Alemanha. Fatores como a valorização dos professores, grande
numero de boas universidades, interesse em ciências biológicas e em novas áreas
favoreceram o surgimento da psicologia nesse país, inclusive os quatro grandes
colaboradores para a emancipação da psicologia no campo da fisiologia são alemães.
Hermann von Helmholtz (1821-1894)
forneceu a primeira medida empírica da velocidade de condução de um impulso
nervoso, investigou os mecanismos da percepção da audição e os músculos oculares.
Ernest Weber (1795-1878) postulou a
respeito do limiar de dois pontos (distancia entre dois pontos necessária para
que um individuo possa sentir sensações distintas) e diferença apenas perceptível
(menor diferença de dois pesos detectada), que se tornou a primeira lei
quantitativa da psicologia. Gustav Theodor
Fichner (1801-1887) postulou sobre os limiares absoluto e diferencial, foi o primeiro a desenvolver uma equação
que pudesse medir estímulos e sensações, após criar essa técnica de medida
precisa possibilitou que a psicologia se tornasse uma ciência. Aproveitado esse
terreno fértil Wilhelm Wundt, fundou
o primeiro laboratório de psicologia experimental e a primeira revista a
respeito da nova ciência, surge assim a psicologia.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Contribuições dos Filósofos Para a Psicologia
René Descartes (1596-1650)
Além de ter simbolizado
a passagem da Renascença para a era cientifica, muitos acreditam que após ter
aplicado a ideia mecanicista ao corpo humano Descartes inaugurou a psicologia
moderna. Suas principais contribuições para a psicologia são a concepção mecanicista
do corpo, a noção de ação reflexa, a teoria da interação mente-corpo, a
localização das funções mentais no cérebro e a doutrina de ideias inatas. Se a
natureza podia ser estudada de forma matemática, se o próprio universo era
estudado como uma maquina, porque o corpo humano não poderia ser estudado de
forma exata? Descartes aplicou o método cientifico nos estudos da natureza
humana. Dedicou boa parte da sua vida ao estudo da interação entre mente-corpo,
discordando da maioria dos filósofos da época que acreditavam que a mente
atuava como um titereio e que o corpo atuava como uma marionete, Descartes
exaltou a influência do corpo sobre a mente, ele também formulou a ideia
precursora da teoria do estimulo-resposta, a teoria da ação reflexa, em que os objetos
externos tem influencia no nosso comportamento, ou seja, o comportamento humano
é previsível. O filosofo acreditava que o ponto de interação entre mente e
corpo estava na glândula pineal, no cérebro. Com sua doutrina das ideias inatas
ele sugeriu que a mente da origem a dois tipos de ideias: Derivadas, que são as
produzidas pela aplicação direta de um estimulo externo e ideias inatas, as que
não são produzidas por objetos do meio exterior, se desenvolvem apenas a partir
da cognição.
John Locke (1632-1704)
O filosofo se
interessou principalmente pelo o estudo do funcionamento da cognição,
especificamente pelo modo que adquirimos conhecimento, sendo empirista, Locke
acreditava que o conhecimento se dava através da experiência. O filosofo
reconhecia dois tipos de experiência, uma decorrente da sensação e outra da
reflexão, o que hoje conhecemos como sensação e percepção, ele também dizia que
a reflexão era decorrente de sensações anteriormente vivenciadas. Para ele as
ideias se distinguiam entre simples e complexas, ambas advindas da sensação e
da percepção, porem as complexas podem ser divididas em várias outras ideias simples,
essa teoria é conhecida como a da associação, um nome mais antigo para o que
mais tarde a psicologia chamaria de aprendizagem. Essa ideia de que a redução
da vida mental a elementos ou ideias simples e a associação desses elementos
para compor ideias complexas formam o núcleo da psicologia cientifica. Também é
relevante para a psicologia, principalmente para a da Gestalt, a noção de
qualidades primarias e secundarias aplicadas a ideias sensoriais simples, em
que as primarias são qualidades inerente ao objeto, quer percebemos ou não
(tamanho e dimensão), enquanto as primarias dependem do nossos sentidos para
serem percebidas (cor, odor, gosto).
George Berkeley
(1685-1753)
Para Berkeley tudo o
que vemos e sentidos são na verdade a soma das nossas sensações, ou seja, ele é
precursor da ideia de que o que podemos perceber é na verdade apenas tudo o que
podemos sentir, mas não tudo o que de fato existe. Ele também empregou a teoria
da associação (em que ideias simples se associam para formar complexas) para
explicar a percepção tridimensional, para ele as experiências sensoriais de nos
aproximarmos ou afastarmos dos objetos e as sensações advindas dos músculos
oculares se associam para produzir a percepção da profundidade. Pela primeira
vez um processo puramente psicológico foi explicado em termos da associação de
sensações, dessa forma, ele deu continuidade a tendência associacionista no
empirismo.
David Hume (1711-1776)
Apoiou a noção lockeana
de combinação de ideias simples em ideias complexas, e desenvolveu e tornou
mais explicita a teoria da associação. Estabeleceu uma distinção entre duas
espécies de conteúdo mental: impressões e ideias, o que hoje é conhecido
respectivamente como percepção imagem (experiências mentais na ausência de
objetos estimulantes). As impressões são fortes e vívidas (sensação/ percepção)
enquanto as ideias (imagem) são copias fracas das impressões.
David Hartley
(1705-1757)
Formulou a lei
fundamental da associação, tentando explicar os processos da memoria, do
raciocínio, da emoção, bem como da ação voluntaria e involuntária. Nela as
ideias ou sensações que ocorrem juntas se associam de tal maneira que a
ocorrência de uma resulta na ocorrência da outra. Hartley tentou também
explicar as operações do sistema nervoso, para ele os impulsos eram
transmitidos pelos nervos de uma parte para outra do corpo, sendo esse processo
influente na mente, por ser mais uma tentativa de usar o conhecimento empírico
para compreender a natureza humana, foi muito importante para o desenvolvimento
da psicologia como ciência.
James Mill (1773-1836)
Mill aplicou a doutrina
mecanicista a mente humana com bastante precisão e abrangência, para ele a
mente era uma entidade passiva que sofre ações de estímulos externos, dessa
forma as pessoas eram incapazes de agirem com espontaneidade. Essa ideia da não
existência do livre arbítrio foi bastante usada pelos behavioristas. Para o
filosofo a mente deveria ser estudada através da analise, pela redução a seus
componentes elementares.
John Stuart Mill (1806-1873)
Discordando do seu pai
James Mill, John acreditava que a mente tinha um papel ativo na associação de
ideias, para ele as ideias complexas não eram apenas somas das ideias simples,
mais do que isso, pois assumiam novas qualidades que não estavam presente nos
seus componentes simples, a combinação de elementos mentais sempre gera alguma
coisa nova. Outra contribuição do filosofo que foi de suma importância para a
psicologia foi seu persuasivo argumento de que ela poderia ser sim uma ciência
em um zeitgeist positivista.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
História da Psicologia - A Importância do Estudo Histórico, Forças Contextuais e Concepções
Estudar a historia nos permite conhecer melhor o passado, nos permite comparar diferentes épocas, podemos ver da evolução da psicologia até os dias atuais, ou seja, o estudo histórico nos faz compreender o passado para entender o presente. O estudo histórico é construído através de documentos históricos, relatos, descrições, escritos etc. Esses documentos são organizados de forma cronológica. Dados perdidos, omitidos, informações obtidas mediante relatos tendenciosos são alguns dos fatores que atrapalham o estudo do historiador.
A história da psicologia se inicia no século V a.c. Alguns filósofos como Platão e Aristóteles já se questionavam a respeito da mente e sobre sua influência sobre o corpo, porém só em 1879 ela se emancipa da filosofia e se torna uma Ciência, com o primeiro laboratório inaugurado em leipzig, Alemanha. Isso graça a Wilhelm Wundt e ao contexto histórico (zeitgeist) favorável. Devido ao seu surgimento recente, e fatores econômicos favoráveis, a Alemanha recebeu a nova ciência de braços abertos, despertando interesse em muitos americanos, a psicologia chega nos Estados Unidos, onde teve sua maior expansão em termos de números de laboratórios e de profissionais graduados.
É interessante saber que algumas forças contextuais ajudaram no desenvolvimento da psicologia americana, alguns desses fatores são o econômico, guerras e descriminação. Os profissionais se sentiam pouco valorizados, por ser uma ciência nova, eles recebiam menos que os de outras áreas na academia, então para melhorarem esse quandro resolveram desenvolver uma psicologia não apenas experimental, mas também pratica. Com o aumento de imigrantes, o governo dos EUA resolveu investir em escolas publicas, nesse contexto, a psicologia escolar surge. Ja com o inicio da primeira guerra mundial, a psicologia organizacional, engenharia psicologica (ergometria) e o uso de testagem de aptdao sao usados para selecionar os recrutas. Com a segunda guerra, grande parte dos pesquisadores alemãs fogem do governo nazista para o novo mundo, com o fim da guerra, a psicologia clinica é usada para tratar os veteranos traumatizados no pos-guerra. A descriminação fez com que muitas mulheres, negros e judeus tivessem seus trabalhos e carreiras limitadas, porem alguns deles conseguiram a resiliência e mudaram esse quadro. Esses foram alguns fatores que contribuíram para o desenvolvimento da psicologia nos estados unidos no seculo passado.
Existem dois tipos de concepções históricas, a Naturalista e a Personalista, esta ultima exalta o poder dos grandes nomes, exalta o individuo singular no curso da historia. Conhecemos por exemplo a psicologia antes e depois de Watson, ou a filosofia antes e depois de Sócrates. Diz que eventos particulares não teriam acontecido sem a acao de certos individuos. Ja a Naturalita vai exaltar a forca do zeitgeist, se Einstein nao tivesse nascido, outra pessoa teria criado a teoria da relatividade. Essas duas concepções podem complementar-se uma com a outra.
domingo, 10 de agosto de 2014
Anatomia do Ouvido Humano
Ouvido Externo
Pavilhão Auditivo: Capta a energia sonora.
Canal Auditivo: Conduz a energia sonora até o tímpano
Ouvido Médio
Tímpano: Converte energia sonora em mecânica
Martelo, Bigorna e Estribo: Ampliação da energia mecânica e condução até a cóclea.
Trompa de Eustáquio: Nivela a pressão
Ouvido Interno
Cóclea: Possui células ciliadas, responsáveis pela transdução sensorial
Canais semi-circulares: por onde corre a endolinfa, que é responsável pela noção de movimentos do corpo.
sábado, 9 de agosto de 2014
Anatomia do Esqueleto Humano
Regiões do Esqueleto:
a) Axial
A região axial do esqueleto compreende os ossos do crânio (ex: frontal, temporal, maxilar, mandíbula, esfenoide, parietal, occipital entre outros), vértebras (7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 ou 4 cocigeanas), costelas e esterno.
* Frontal
*Parietal
- Classificação: Plano
*Occipital
-Classificação: Irregular
-> Forame Magno
*Temporal
-Classificação: Irregular
-> Meato Acústico
*Maxilar
-Classificação: Pnelmatico
*Mandíbula
-Classificação: Pnelmatico
* Esfenoide
-Classificação: Pnelmatico
-> Sela Turca (protege e abriga a Hipófise)
* Vértebras
-Classificação: Irregulares 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 ou 4 4 cocigeanas.
- A Anestesia raquidiana é dada entre as vértebras L1 e L2 (primeira e segunda lombares)
*Costelas
-Classificação: Alongadas
* Esterno
-Classificação: Alongado
B) Apendicular
A região apendicular do esqueleto compreende os ossos dos membros e os das cinturas.
*Escapula
-Classificação: Plano
*Clavícula
-Classificação: Longo
*Ilíaco
-Classificação: Irregular
* Úmero
-Classificação: Longo
*Ulna
- Classificação: Longo
*Radio
-Classificação: Longo
*Carpo
-Classificação: Curtos
*Metacarpo
- Classificação: Longos
* Falanges
- Classificação: Longos
*Fêmur
-Classificação: Longo
*Patela
- Classificação: Sesamoide
*Tibia
- Classificação: Longo
*Fibula
- Classificação: Longo
*Calcâneo
-Classificação: Curto
*Tarso
-Classificação: Curtos
*Metatarso
-Classificação: Longos
Fossas Cranianas
- Na fossa anterior, em vermelho, podemos ver Lamina Cribiforme, que protege e abriga o bulbo olfatório
- Na fossa media, no meio do osso esfenoide (rosa escuro) temos a Sela Turca, que protege e abriga a hipófise
-Na fossa posterior, podemos perceber o Forame Magno, permite a conexão do encéfalo com a medula raquidiana
Base de Cranio |
Epífises e Diáfise
A principal característica dos ossos longos é que eles possuem epífises e diáfise, nas epífises o tecido ósseo é esponjoso, e dentro deles existem o tecido hematocitopoetico ou medula óssea vermelha ( tecido produtor de células sanguíneas) já na diáfise, o tecido ósseo é compacto, e dentro existe a medula óssea amarela, reserva de gordura.
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